segunda-feira, 5 de março de 2012

Mulher que tem 42 filhos mora em Santana do Mundaú-AL

Fé, esperança e amor. Todas essas coisas são vistas nos olhos de uma mulher que vive atualmente em cima de uma cama, mas que tem uma história de vida de emocionar qualquer um. Estamos falando da senhora Luzinete Francisca de Oliveira.

Nasceu em 12 de dezembro de 1937 na cidade de São José da Laje, é filha de Maria Tereza de Jesus e de Antonio Francisco da Silva. Uma família constituída de agricultores, que lutaram pra criar seus filhos.

Tendo uma família católica, Luzinete desde criança se interessou por rezas, devoções e terços. Sem nunca ter ido a uma escola, aprendeu as orações com a família, desde então, era sempre procurada por conhecidos para pedidos de rezas.

Com apenas 14 anos se casou com o pernambucano Joaquim Barbosa de Oliveira, tendo filhos a partir desta idade, porém, logo ficou viúva. Ao ser perguntada se casou novamente, Luzinete dá risadas e diz que teve mais 4 maridos, sendo que todos morreram e há muito tempo é viúva.

Durante a vida matrimonial, ela teve 15 filhos e adotou 27 crianças que eram deixadas por suas mães por questões financeiras. Com humildade e simplicidade a dona Luzinete conseguiu criar 42 filhos, contudo, apenas 3 vivem hoje com ela, os outros casaram-se, foram embora, outros morreram e alguns não dão notícia até hoje.

Ela chegou em Santana do Mundaú há muito tempo e reside no Conjunto Habitacional Arnon de Mello, COHAB Velha. Foi atingida pela enchente de 2010 e sua residência foi levada pelas águas do Rio Mundaú, morando assim, em várias casas de aluguel. Atualmente se encontra enferma em cima de uma cama e espera ansiosamente por uma casa do Programa da Reconstrução na Fazenda Juçara, “se Deus quiser, vou sair dessa beira de rio para um lugar seguro” afirma.
Após a cheia, Dona Luzinete ficou abalada, emagreceu, todos os dias estava indo até o terreno onde era sua casa e até hoje fica atormentada quando surge alarme falso de enchente ou boatos sobre questões das casas que serão entregues aos atingidos pela catástrofe. Perto de sua cama, fica uma caixa de papelão com algumas roupas e seus documentos, isso porque teme uma nova enchente.
Apesar de todo sofrimento e barreiras encontradas em sua vida, Luzinete tem esperança de uma vida melhor. É vicentina, antes de está enferma, participava de reuniões da Sociedade de São Vicente de Paulo e fazia visitas aos enfermos, levando uma palavra de conforto.

Mesmo vivendo com a enfermidade, ela afirma ser feliz e quando o assunto é morte ela afirma: “posso morrer hoje, mas morro segurando nas mãos de Deus”.

Fonte: Mundau Noticias com Thiago Aquino

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